A realidade pode ser bem diferente daquilo que pensamos, depende somente de nós…

A realidade pode ser bem diferente daquilo que pensamos, depende somente de nós…
Creio q esse ano Deus irá fazer grandes Obras em Minha vida e na vida de muitos ...

Minha Nova Fase :)

Minha Nova Fase :)
A espera da minha princesinha Aysha Yasmim <3

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Você abandonou a criança que existe aí dentro?

Onde foi que perdemos a nossa pureza, alegria, espontaneidade, capacidade de entrega e viver de forma mágica, transformando tudo o que tocamos em ouro?

Mudou pouco!
Um dia toda criança cresce e ela irá passar pela metamorfose mais dolorosa. Aquela pureza e encantamento inicial cede lugar à um olhar mais “realista” e complexo do mundo que a cerca.
Nessa travessia muitas coisas acontecem.
Perdas sucessivas de sonhos, fantasias que nunca se cumprem, desejos não atendidos e uma série de sentimentos que vão sendo enterrados sem que se queira ou perceba.
Pequenos ou grandes traumas podem chegar próximo daquela pessoa pequena e que tem poucos recursos para se defender.
A natureza foi sábia ao dar grandes olhos e um belo sorriso banguela aos bebês. Eles são tão graciosos pela qualidade de pureza que possuem. Com o passar do tempo começam a passar por um crivo terrível de qualificação até a vida adulta. Você tem o direito de ser feliz?
Finalmente perdemos a inocência. Passamos a associar tudo aquilo que é vulnerável ou emocional como simbolo de fraqueza. Nos tornamos racionais e práticos. Queremos fatos e números, sem emoções.
A possibilidade de viver espontaneamente, conectados àquela fonte interna de realização se vai de um momento para o outro.
Ficamos desconfiados, céticos, cínicos, duvidosos das intenções dos outros.
Aquela criança que foi ferida pela realidade dura passa a ter medo de tudo.
Algumas pessoas alegam medo de se machucar e por essa razão se fecham. Ao se fecharem perdem de vista o outro. Ao perderem de vista o outro ignoram o que se passa em seu mundo. Ao ignorar o mundo do outro o machuca. É a roda da escassez gerando dor ao tentar se proteger dela.
Quanto mais tentamos proteger a criança interior da dor, mais provocamos dor nos outros.
Mas por que o resultado é esse?
Porque quando colocamos um caminhão de exigências entre nós e os outros para nos relacionar estamos protegendo a criança da maneira errada.
Quem convive com criança pequena já deve ter presenciado a seguinte cena. Você está no parquinho com a criança e percebe que ela quer brincar com outra, mas você como adulto acha inadequado brincar com o filho daquela outra pessoa. A criança não percebe o motivo pelo qual não deve ir. Para ela crianças são crianças. Para os pais adultos não. Se ela for feia, pobre ou melequenta isso é um problema. Para a criança basta ser criança, elas se entendem.
Para nossa criança interior também, ela só quer brincar de ser feliz com os outros, mas quando impedimos que ela se relacione por questões racionais e práticas acabamos machucando a nossa criança e a do outro.
O desejo delas é de brincarem e interagirem, e quando você, “adulto sábio”, as impede elas são feridas. E ferem.
Tudo o que uma criança mais quer é poder se expressar, se encantar, se apaixonar, se iludir e fazer daquilo sua realidade. É lúdico. Estranhamente a criança tem o dom de fazer com que um sonho vire realidade.
Quando ficamos adultos perdemos essa confiança básica. Adoramos dizer que tal e tal coisa é ruim e deve ser evitada. A criança consegue transformar o impossível no possível.

Conta uma lenda urbana que uma garota estava num lago congelado tentando salvar o seu cachorro que caira num buraco. Todos à sua volta gritavam para que ela desistisse, afinal era sabido que ela teria o risco certeiro do gelo quebrar e ela cair também. Ela conseguiu tirar seu cachorro. Eis que as pessoas se perguntaram no meio do burburinho: como ela conseguiu? Um jovem cientista, chamado Albert Einstein que estava ali vendo tudo aquilo calmamente respondeu: porque ninguém a convenceu de que ela não podia.

Não estou dizendo que a pura crença pode diluir todos os obstáculos de nossa frente. Mas a simples mudança de perspectiva pode alterar a maneira como vemos o mundo e as coisas à nossa volta. Com um olhar mais amplo eu posso enxergar faces da realidade que até então eu não conseguia.
Com isso faço um convite psicológico. Hoje, procure agir um pouco mais baseado no seu coração. Ouça o que sua criança tem a dizer. Quais os pedidos que ela tem feito e que você tem se negado? Onde você pode se entregar e tem resistido?
You make your own dream. That’s the Beatles’ story, isn’t it? That’s Yoko’s story. That’s what I’m saying now. Produce your own dream. If you want to save Peru, go save Peru. It’s quite possible to do anything, but not to put it on the leaders and the parking meters. Don’t expect Jimmy Carter or Ronald Reagan or John Lennon or Yoko Ono or Bob Dylan or Jesus Christ to come and do it for you. You have to do it yourself. That’s what the great masters and mistresses have been saying ever since time began. They can point the way, leave signposts and little instructions in various books that are now called holy and worshipped for the cover of the book and not for what it says, but the instructions are all there for all to see, have always been and always will be. There’s nothing new under the sun. All the roads lead to Rome. And people cannot provide it for you. I can’t wake you up. You can wake you up. I can’t cure you. You can cure you. - John Lennon

Você é só mais um !

Do nascimento até a morte eu percebo que existe um veneno mental que é responsável pela maior quantidade de catástrofes na vida das pessoas. O sentimento de ser especial, importante ou privilegiado.
As frases subliminares que ouço são: “por que comigo/eu?” , “Sinto que existe algo maior para minha vida”, “comigo será diferente”, “tem alguém olhando por mim lá em cima”, “tem algo reservado para mim”, “isso veio para que eu aprenda algo”.
Todos esses pensamentos aparentemente ingênuos, cheios de sentimentos nobres de coragem e esperança escondem uma praga mental.
Acreditar-se imunizado de todo o mal é o grande convite à inconformação, mãe da raiva e do ressentimento.
Nem quero entrar em discussões sobre Deus ou não, mas já adianto que o campo religioso contribui muito para aumentar essa sensação de privilégio.
“Graças a Deus eu escapei dessa!”. E quem não escapou? Foi graças a quem?
“Deus tá vendo o que você fez comigo!”. Traduzindo: ele está no meu time contra o seu.
“Senhor, me proteja!”. Traduzindo: como tenho sido uma pessoa boa, coloque um manto de proteção especial em mim.
Pode parecer sutil esse pensamento, mas a sensação de privilégio e recompensa são sentimentos muito pesados.
As pessoas que se sentem boas costumam se indignar fortemente quando são acometidas por algo natural na vida como doença, perdas e morte.
Pelo que eu saiba a bondade não é antítodo para nenhum desconforto na vida. Quem é bom o faz por escolha, sem exigências. Mas, naturalmente o sentimento de traição quando algo acontece de errado na vida do bom.
O sentimento de ser especial propicia condições para a raiva, afinal quem se atreve a contrariar alguém que pisa num manto vermelho? Não pode aguardar fila, esperar o outro falar, enfrentar trânsito, ser contrariado.
Inconscientemente essa pessoa acha que tudo o que faz é dotado de intenções superiores. Tem um sonho secreto de grandeza e por isso adora lugares e pessoas como grandes ídolos.
É comum atribuir poderes especiais à alguem que admira. Por essa razão os adolescentes são tão fãs de alguém. Quanto maior o narcisismo, maior a mentalidade de idealização. Projeta-se no mundo exterior a grandeza que queria possuir.
Alimentar essa sensação de que o universo conspira a seu favor é demasiado ingênua, afinal isso se repete com outras 7 bilhões de pessoas. Isso significa que na contabilidade da natureza humana você é só mais um.
Contente-se com isso, abra mão de privilégios e seja mais feliz.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Por que as pessoas mentem?

Parece uma realidade dada e conhecida, todas as pessoas mentem, sem exceção. (ufa, finalmente um texto que ninguém vai poder dizer “mas eu não sou assim”)

O maior medo do mentiroso: o isolamento
Mentiras de nível grave, médio ou brando, mas todos mentem. As pessoas que são alvo de mentira sempre reagem de forma indignada quando descobrem a mentira como se nunca tivessem sido autoras de alguma. Reagem como se fosse um ato tão sujo e repugnante que não merece perdão.
Sou psicólogo e por essa razão olho a mentira sobre outra perspectiva, ou seja, o que a pessoa estava tentando ocultar?
Percebi que existem dois tipos de mentiras que distorcem a realidade factual, por ocultação e por acréscimo.
No caso da mentira por ocultação existe uma fatia da realidade que foi diminuida, mascarada ou dissolvida para que parecesse menos ruim, ou seja, a realidade era muito pesada para ser expressa naquele contexto (segundo o autor da mentira).
No caso da mentira por acréscimo, como as tradicionais histórias de pescador, a realidade é mais pálida do que aquela que foi demonstrada, ou seja, a pessoa se sente menos do que realmente é.
Em qualquer um dos dois casos, o receio é o mesmo, não ser aceito por aquilo que se é ou faz. É a própria pessoa mentirosa que não consegue administrar o peso de estar distante do ideal que projetou para si.
Sempre olhamos a mentira sob a ótica da “vítima” como se a única responsabilidade fosse do autor. Sei que existem pessoas bem frágeis para lidar com a realidade e que as maiores mentiras costumam ser contatas para pessoas rígidas e implacáveis no seu julgamento. Se a pessoa que ouviu uma mentira tivesse um padrão de comportamento mais aberto e receptivo as mentiras seriam menos frequentes e ela teria a chance de ouvir realidade desagradáveis.
Quando muitos dizem que preferem ouvir a verdade costumam estar enganadas, elas querem ouvir verdades desde que agradem seu paladar. Será que você gostaria de ouvir de seu parceiro que para ele é bem difícil ter uma mulher apenas e que ele precisa amar duas pessoas ao mesmo tempo? Provavelmente não, mas também não gostaria de abrir mão dele. Gostaria que ele te amasse e desejasse exclusivamente e mesmo sabendo que isso é incompatível com a realidade mesmo assim sustenta uma versão romanceada dessa pessoa onde a verdade seja ocultada.
A negação de certos fatos é uma forma de automentira onde fechamos os olhos para o que nos desagrada.
Essa tentativa de falsear a realidade é uma maneira de obter aprovação dos demais, afinal somos contraditórios, inconstantes, instáveis, volúveis e confusos. Queremos sempre comer todos os doces disponíveis, mas para isso precisamos encarar que mesmo com todo o apetite do mundo nem tudo cabe no estômago.
Se sua gula existencial baixar a intensidade e sua vontade de ser aprovado a qualquer custo também talvez a mentira faça menos parte do seu cotidiano. Isso não transformará você naquelas pessoas mal educadas que adoram jogar “verdades” na cara dos outros, pelo contrário, mesmo as realidades difíceis serão tratadas com doçura se forem acompanhadas de muito amor.

Como seus pais influenciam no seu relacionamento amorososo

Acreditamos que sempre temos livre escolha nos nossos relacionamentos amorosos e que fazemos o que nos dá na telha: grande engano.


Livres ? Será ?
 
 
Eu chutaria que menos de 10% de pessoas realmente são livres nos relacionamentos.
Os outros 90% estão presos em histórias que não são suas.
Faça uma experiência. Anote num papel algumas características dos seus relacionamentos amorosos mais significativos. Anote:
1. Como conheceu a pessoa.
2. Como conquistou a pessoa.
3. Como eram as brigas com essas pessoa.
4. Qual a qualidade do sexo.
5. Como lidavam com dinheiro.
6. Como terminou o relacionamento.
7. Quanto tempo durou.
Agora converse com seus pais e tente descobrir essas mesmas informações sobre os relacionamentos deles.
Você vai se surpreender, a maior parte das histórias se repetem. É incrível como existe um movimento muito parecido que passa de geração em geração.
Aquilo que achamos que são nossas manias nos relacionamentos são repetições de comportamentos.
Quando falo de repetições estou falando de comportamentos parecidos ou aqueles que tentam ser opostos aos dos pais. O referencial é o mesmo, seja copiando ou as avessas o ponto de partida igual.
Padrões de comportamento comuns passados pelos pais:
Seja um bom menino
A cricança se vê aplicada, dócil, obediente e sempre seguindo as regras cegamente e sem questionamentos. Incapaz de ir além do esperado são pessoas que aguardam a voz de comando para agir. Costumam se identificar com as pessoas corretas de um filme.
Você não vale nada
São crianças destinadas a errar, fazer traquinagens e machucar os outros. Costumam ser chamadas de ovelhas negras e sempre se envolvem em confusões, brigas e situações complicadas. Se boicotam com muita frequencia sempre quando chegam próximas de seus objetivos. Adoram os vilões nas histórias.
Você veio para me salvar
Filhos que se sentem responsáveis pelo relacionamento dos pais. Querem ser prestativos, voluntários de boas causas e sempre se colocam como cuidadores generosos de uma pessoa ou grupo. Sentem muita culpa toda vezes que tentam fazer algo para si mesmos. Tem muita identificação com o herói do filme.
Você é o amorzinho do papai
Normalmente meninas que se tornam bonequinhas mimadas e dengosas. Esperam que os outros às sirvam e costumam fazer escândalo quando são contrariadas. Gostam de ser tratadas com delicadeza mas podem esconder facetas bem cruéis e arrogantes. Costumam se identificar com aquela mulher que parece frágil mas se revela com virtudes e ações valiosas no filme.
Ninguém é igual a mim
Costumam adotar o comportamento de liderança ou aquele “do contra”. Gostam de ser inventivos, criativos e se destacarem da massa de pessoas. Costumam aderir a hábitos diferenciados, refinados ou desconhecidos. No campo intelectual gostam de literaturas rebuscadas ou autores pouco conhecidos ou subversivos. Gostam de se sentir especiais e incomuns. Nos filmes gostam daquilo que é incomum e não óbvio, por isso elegem aquelas figuras que não estão restritas ao papel de mocinho ou bandido.
Esses são apenas alguns scripts que são seguidos cegamente como roteiros pelas pessoas nos relacionamentos.
O primeiro passo é reconhecer qual o seu padrão de comportamento e conseguir ampliar seu repertório de ação. Negar, reprimir ou julgar esses padrões é desnecessário, pois o peixe não questiona o fato de estar debaixo d’água.
Não force novas atitudes, pois será comum repetir padrões com novos formatos.
Apenas observe por um bom tempo de 3 meses sem grandes mudanças. A mera percepção causará por si novas ações.
Último detalhe, não caiam no clichê de dizer que a culpa é dos pais. Ninguém tem culpa de nada, eles também receberam seus padrões determinantes de forma inconsciente.

Sua Mãe é Louca

Hesitei muito em falar desse assunto, porque falar de mãe é sempre delicado. Todo mundo inventou que mãe é perfeita e assunto tabu como time de futebol, política e religião.
Mas como eu gosto de fazer provocações habituais vou me aventurar.
 
 
Como uma mão invisível que te sufoca...
 
 
Quero falar de mães que são loucas de pedra. E fique atento, pois pode ser a sua.
estava vendo uma amiga trabalhar ajudndo ela com uma pessoa que traz algumas queixas pessoais meio vagas, mas que afetam várias áreas de sua vida. Não chegam a ser deprimidas, mas tem um semblante um pouco apagado, vontade fraca, pouca disponibilidade social, relacionamento abalado ou inexistente e vida profissional igualmente cambaleante.
Quando começo a fazer o check-list dos aspectos da vida dela fatalmente o relato resvala na família e especificamente na mãe. Nesse momento sinto um aperto no coração e sei que o  radar terapêutico da minha amiga captou algum tipo de problema. Meu detetive interior começa a perguntar mais e vou descobrindo facetas delicadas sobre aquela que se prestou a ser mãe da pessoa à minha frente. Vou descrevê-la:
  • Crítica excessiva aos filhos.
  • Agressão física que pode ser de leves tapas até a espancamentos.
  • Agressão psicológica que vai de humilhações em particular (ou pública) até acusação e culpabilização dos filhos
  • Agressão sexual que pode ser uma castração da sexualidade dos filhos até abusos sexuais ou exposição à abusadores.
  • Falta de afetuosidade, elogios e consolos de mãe.
  • Chantagens constantes.
  • Educação castradora.
  • Acessos de descontrole ou vitimismo.
  • Mania de acusar os filhos pelos seus sofrimentos.
  • Instabilidade emocional.
  • Múltiplos parceiros afetivos que acabam engolindo espaços na vida dos enteados.
  • Falta de intimidade genuína.
  • Tentativas constantes de manter os filhos por perto e ser senso crítico para questionar sua autoridade.
Se você se identificou com 5 ou mais itens é possível que sua mãe tenha grandes problemas emocionais que são descarregados sobre você.
Mulheres problemáticas não viram santas ao virarem mãe, pelo contrário, aumenta o nível de responsabilidade e pressão que pode insitar um maior grau do problema.
Brinco que são mães loucas porque não sei fazer diagnóstico à distância, mas sei que existe algum quadro psicopatológico grave por trás desse tipo de comportamento bizarro.
Isso explica muitas ações incompreensíveis tais como comentar que a filha é gorda e feia na frente dos primos numa festa de aniversário. Explica uma mãe que faz disputa com o filho pela atenção dos avós. Explica uma mãe que finge que está passando mal para que a filha não saia de casa com o namorado que ela não aprovou (nenhum serve). Explica uma mãe que invade espaços dos filhos como bolsas, emails, celular sem nenhuma razão plausível só para obter informações que serão usadas eles. Explica mãe que criticam à exaustão os filhos e põe defeito em qualquer iniciativa de mudança destes.
Tudo isso explica, mas não justifica a devastação emocional causada naquela criança que quando se torna adulta começa a sentir as sequelas de uma educação recheada de contradições, ameaças, medos, frustrações e decepções.
A pior de todas sequelas a meu ver é o sentimento de total solidão e abandono emocional que os filhos passam ao longo da vida. Eles se constrangem quando ouvem outros amigos dizendo que a mãe é o amor da vida deles. O que resta nessas horas é um silêncio triste e envergonhado por não poder afirmar o mesmo.
Dia das mães é uma data opaca e ensaiada, pois boas recordações, gratidão e admiração não existem. Os filhos são obrigados a declarar amor quando nunca sentiram na verdade esse sentimento. “Amo porque é minha mãe, mas amor mesmo tenho pela minha avó (tia, madrinha) que me criou e amou mesmo!”. Eu traduzo essa fala como, não amo minha mãe, mas como é proibido não amar a mãe eu digo que amo.
O tratamento desses filhos de mães possuídas por um mal-estar tóxico é lento e delicado, pois é preciso tratar a pessoa como uma vítima da Síndrome de Estocolmo. Primeiro é preciso tirá-la do cativeiro, oferecer proteção real, caminhos alternativos, proporcionar outras fontes de motivação e afeto para então elucidar a dor mais lancinante que uma alma pode sofrer que é a de ter uma mãe incapaz de amar seus filhos…
Não porque os filhos não sejam dignos de amor, mas porque ela é incapaz de amar.

A BELEZA ESTÁ NOS OLHOS DE QUEM VÊ

Peço que pare por 3 minutos tudo o que está fazendo agora, respire fundo e leia esse texto.
A metáfora romântica que diz sobre a beleza nos olhos de quem vê é mais profunda do que você imagina. É real.
Você vive numa bolha chamada realidade, frágil como tal
A realidade é um diamante de mil faces e cada face é o olhar de uma das mil pessoas. Não há realidade em si, mas uma realidade co-construída coletivamente a tal ponto que surge um paradoxo, há uma realidade que não há.
Quando nos apaixonamos por alguém temos uma pequena ilusão de ótica, achamos que é a pessoa um elemento apaixonante, mas a paixão acontece no seu corpo, no estômago que fica suave, os olhos brilham, a mente leve e o coração palpitante. Ela acontece em você e não na pessoa. Se um evento que você previamente tinha elegido como “as dez coisas repugnantes sobre uma pessoa” surge contrariando suas expectativas sobre o que é uma vida de casal decente rapidamente essas sensações apaixonadas desaparecem. A pessoa é a mesma, mas sua interação com ela não é, e por esse motivo TUDO muda para seus olhos. A paixão está nos olhos de quem vê.
Num salão de eventos acontecerá um casamento muito esperado. Noivos e convidados aguardam ansiosos no salão e tudo acontece lindamente, o sagrado matrimônio acontece ali. Pessoas solteiras de um dia para o outro se “tornam” casadas. No dia seguinte haverá um baile de debutante e uma singela garota de 15 anos se “revela” mulher aos olhos dos demais e talvez dela própria. No dia seguinte acontece um velório naquele salão e as pessoas se despedem do ente querido que partiu em condições dramáticas.
O que você vê aqui? Amor ou desprezo?
O que era aquele espaço de eventos, uma igreja, um local de anunciação da juventude ou uma funerária? Todas elas e nenhuma. Em cada ritual as pessoas unidas por um ideal do que era aquele espaço se portavam tal qual a ocasião pedia. O salão era uma igreja e no entanto não era.
A realidade tão “real” que gostamos de imaginar não é pré-dada em si, mas um aparecimento co-emergente. Surge no momento que surge para mim e se um movimento delicado dos meus olhos observar diferente outra coisa se forma diante de mim “magicamente”.
Quando falamos que algo não presta ou é ruim, estamos falando do que na realidade? Da relação que estabelecemos com aquele objeto e não do objeto em si. Portanto, em cada opinião “neutra” que emitimos, existe uma porção de nós implicada.
Homens prestam ou não prestam dependendo do tipo de relação que nutrimos. Nós co-criamos a realidade que habitamos.
Quando falamos que a vida é uma luta ou que precisamos combater um inimigo interno ou externo a própria referência de combate denuncia uma mente que funciona de forma opositora à realidade, portanto, ela cria para si uma realidade que caminha nessa saga heróica, com inimigos, aliados, mocinhos, bandidos. Se você nao estiver em guerra interior não precisa temer nada, afinal não haverá nenhum inimigo. Alguém diz: “você viu como fulano é metido?” o outro responde “achei autoconfiante”. São percepções distintas que não definem a realidade como é, mas como se apresenta para alguns. Até a chamada realidade científica é uma co-emergência que surge a partir de um constructo intelectual que veio se forjando cientista após cientista, a tal ponto que não existe uma única forma de ver ciência, ainda que se fale de um consenso.
Isso não tem nada de místico, nem é mero jogo de palavras, mas uma maneira fluida de entender que a realidade que chamamos de realidade é a nossa realidade. Assim como esse texto será percebido para cada pessoa como uma peça que vai encaixar dentro do seu próprio mundo. Para os indignados causará indignação para os desatentos passará batido.
A beleza, assim como o amor, a paz, a fé, a vida para cada pessoa é um resultado da maneira que a trajetória de seu olhar se deu até hoje.

'' A vida é uma MERDA! ''

Acho bem intrigante o hábito das pessoas usarem a palavra VIDA como se fosse uma outra coisa que não elas próprias.
Acha que é o fim, então não viveu tudo

Notem que a palavra vida serve para significados diferentes, mas de forma geral virou uma entidade que não diz respeito a ela. Gostaria de analisar essas colocações.
“A vida quis me mostrar”, aqui ela é tomada quase como uma professora que tenta ensinar o B-A-BA dos bons modos. Ela está falando do que exatamente? Parece que existe um plano que deveria ser seguido e que a pessoa se desviou do percurso. Acho isso o inverso do livre-arbítrio e da responsabilidade própria por cada ação!
“A vida reservou algo pra mim”. De quem ela está falando? Papai Noel? Deus? O diabo? A cartomante? A mega-sena? Esse tipo de raciocínio induz a pessoa num erro comum, de ficar passiva e se conformando com um tipo de cotidiano medíocre. Esse também é o consolo dos ressentidos que não tem coragem de tomar a rédea de seus comportamentos pessoais e atribui tudo à uma sorte do destino.
“Minha vida não tem caminhado bem”. Parece que ela não é ela, e que a vida é um amigo imaginário que caminha mal ao lado dela. O que não tem caminhado bem é a sucessão de escolhas erradas (ou falta delas) no dia-a-dia. Se você não vai bem precisa identificar o que não vai bem e mudar.
“A vida é uma merda”. Sinto dizer, mas você tem se sentido uma merda, essa é a realidade. Não é a vida, mas você que tem se posicionado em lugares ruins e nocivos para si mesmo.
Você gostaria de ver sua vida num reality show?
A pergunta é, se sua vida fosse um reality show você gostaria de assistir ou morreria de tédio? Se o trailer de seus melhores dias fossem mostrados à você teria orgulho, estufaria o peito e diria “fiz algo significativo!”? Então não adianta culpar a vida, ela não vai fazer nada no seu lugar.
Se sua vida não agrada, eu afirmo, não há outra vida se não você mesmo.
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Os pais cozinharam seu cérebro

As pessoas costumam ter uma relação estranha com seus pais. É uma luta constante entre liberdade e dependência.
Ele está dentro de sua cabeça!
Nascemos completamente dependentes de nossos pais, absolutamente reféns de sua ajuda, seu toque e seu amor. Lentamente nossas forças físicas e psicológicas vão crescendo e concedendo autonomia aos nossos desejos, vontades e ações.
Na adolescência entramos num embate de ideias, conhecemos outros cenários, outras famílias e questionamos fortemente o que nossos pais nos ensinaram. A rebeldia e revolta é quase certa e sempre ficamos com a sensação de que recebemos pouco.
As reivindicações de amor surgem em forma de revolta, agressividade e gritos. Em essência o adolescente percebe que o paraíso da infância acabou e pressente que já não poderá culpar os pais mesmo que quisesse.
O rolo compressor do tempo irá esmagar lentamente sua ilusões onipotentes. Ele não é o mais bonito, o mais simpático, o mais inteligente e o mais querido da mamãe e do papai. Suas brigas com os pais na realidade são frustrações pessoais colocadas sobre aqueles que lhe deram tudo o que lhes foi possível dar. Em essência, já bastaria terem dado a vida.
Mas os jovens querem mais, nada é o suficiente para sua insatisfação crônica. Ele se depara com os dilemas naturais da vida, mas como não tem a quem culpar elege os pais. Quem de fato podemos culpar por não sermos perfeitos e completos?
Alguns pensam que a saída da casa dos pais definiria outros rumos para a própria personalidade. Sem sombra de dúvida essa saída é valiosa, afinal quem melhor para conhecer quem nós NÃO somos do que os nossos pais? O olhar deles inconscientemente nos condiciona naquela criança perfeita e encantada que já não somos, ainda que quiséssemos ser.
Mas, sempre me pergunto, com que pais realmente estamos nos degladiando?
Conheço muitas pessoas que já saíram da casa do pais e se vangloriam de terem se libertado dos condicionamentos parentais. No entanto, continuam com hábitos mentais muito parecidos e se relacionando com as demais pessoas reproduzindo modelos paternais. Cito alguns:
1- Primeiro eu!
A tendência da pessoa querer ser servida em primeiro lugar, ter lugares privilegiados ou posições de destaque é uma nítida reprodução dos primeiros anos de vida. Aquele bebê que recebia tudo com exclusividade e prioridade ainda quer ter as mesmas honrarias pela vida toda.
2- Você me deve!
Você já deve ter se flagrado querendo receber algo em troca daquilo que fez para alguém. Essa noção de reciprocidade, de que o amor precisa ser devolvido é mais uma reprodução da relação mãe-bebê. A criança sempre pressupõe que a mãe deve dar sempre mais. Esquecemos que até o amor dos pais em essência, não é obrigatório. Mesmo assim teimamos em achar que eles nos devem favores.
“Me colocaram no mundo, sem que eu pedisse!” é o que alegam. E daí? Dar a luz à uma criança obriga alguém a dar assessoria exclusiva e personalizada por toda a eternidade? Mais uma crença limitante e infantil. Seria mais fácil admitir o que está oculto nessa reivindicação: “tenho medo de enfrentar o mundo sozinho, preciso do colo de mamãe!”
3- Eu quero!
Chega a ser engraçado quando vejo uma pessoa pedir algo que deseja e isso por si só criar uma demanda obrigatória. Basta um desejo e todos tem que sair correndo como se estivessem atendendo uma mulher grávida. Um lembrete: seus desejos, como o de 6 bilhões de outras pessoas no planeta Terra, podem esperar. Talvez nunca serem atendidos.
Seu desejo não é uma ordem de execução. Isso só acontece na história do gênio e os 3 pedidos. Você pode muito bem passar uma vida com algumas frustrações sem que ninguém atenda seus apelos. Pare de tratar os outros como serviçais de suas vontades. Se quiser um copo de água você também pode se levantar e pegar.
4- Sou especial!
“Tenho uma missão especial!”, “comigo vai dar certo!”, “tem algo reservado para mim”, “parece que tenho sorte”, “minha hora não chegou!”, “tem alguém lá em cima olhando por mim!”, “bem comigo?”, “por que eu?”, “sempre comigo!”, “a culpa é minha!”, “eu criei essa doença!”, “um dia ele(a) vai perceber a pessoa que perdeu quando me deixou”.
Essas são todas variações da mesma crença ilusória de que temos dons especiais e somos diferentes da maioria. Isso talvez tenha acontecido durante 9 meses de gestação e mesmo nessa fase sua mãe se ocupou de um monte de outras coisas que não você. Se você é especial, porque razão seria? Por que as outras pessoas desse planeta não seriam? Esse é um sentimento oculto em todas as pessoas que só revela que te somos todos crianças apelando a poderes especiais para ver se sobrevivemos ao desafio de ser humano.
Saiba que as regras do jogo são: sem poderes especiais e sem garantias.
5 – A culpa é sua!
A culpa é o último resquício de infantilidade que ainda alimentamos. Eleger um único responsável para um acontecimento desventuroso é ainda coisa de criança, pois ela precisa se livrar do peso de sua própria ação. Culpar os outros por tudo é tão ingênuo como culpar a si mesmo. Culpar a si por tudo ainda é resultado de um sentimento exagerado de autoimportância que atribuímos ao nosso ego.
Assumir sua parte no que acontece é essencial, mas repartir a fatia de responsabilidade com outros fatores complexos da vida também. Não somos deuses nem sequer em nossos erros, até para criar um fracasso completo somos impotentes. Deixe a culpa para os orgãos jurídicos.
Em essência não importa para onde você fuja, não é dos seus pais que você se distancia. Você os carrega dentro de sua mente por quanto tempo for.
De seus pais você pode ter registrado um pai autoritário que continua castrando seus movimentos ou um pai permissivo que não lhe avisa quando já passou dos limites.
Muitos fracassos que você enfrenta provavelmente não são frutos de problemas cotidianos, mas boicotes originados desse fantasma que você teima em alimentar.
Culpa dos pais? Não.
É provável que você ainda não consiga dar passos maduros para além das repressões que guarda dentro de si. Por isso precisa alimentar a raiva por tudo o que eles fizeram a mais ou a menos por você.
A liberdade definitiva talvez ainda seja uma sobrecarga para a mente infantil que você alimentou esses anos.
A liberação real desse pai severo que habita sua mente (que pune ou recompensa você pelos seus atos) vem em conjunto com a responsabilidade de suas ações presentes!
E se em última hipótese você ainda culpá-los lembre-se que é capaz que você seja uma cópia fiel daquilo que teima condenar em “papai e mamãe”! :)

3 vilões dos relacionamentos : jogos de poder 3 de 3

“Onde o amor impera, não há desejo de poder; e onde o poder predomina, há falta deamor. Um é a sombra do outro.” - Carl Gustav Jung
Nascemos submetidos pelos adultos e morremos submetidos pelo corpo cansado.
Entre um evento e outro brigamos por submeter algo ou alguém. É assim que a vida acontece.
É assim que sentimos pela vida toda !
Não gostamos de admitir, mas a verdade é que o poder nos fascina.
O poder enquanto relação de hierarquia sempre está presente, goste ou não.
Sempre haverá alguém mais culto, inteligente, bonito, simpático, esperto e sociável que você. A voz de comando sempre pertece àquele que domina uma habilidade ou tem um atributo valorizado socialmente.
Mesmo quando uma pessoa abdica de algum poder ela busca o poder de saber que não se submete.
Relacionamento amoroso
Existe um tecido delicado de forças num relacionamento amoroso. Enquanto há recompensa de poder a relação perdura. É como se houvesse uma balança que equilibra os créditos e os débitos emocionais.
Se você sente que fez algo para o relacionamento de modo “desinteressado” inconscientemente está em crédito emocional. Quando a pessoa retribui essa balança se equilibra de novo.
Uma mulher que se submete a um marido alcóolatra por muitos anos certamente sente o poder de ser alguém que luta pela família. É comum as esposas de ex-alcoolistas adotarem uma postura maternal com outras pessoas que não o marido. É um prazer secreto por se sentir superior ao marido “bebum”.
Mesmo quando submetida a pessoa busca o poder na sensação de resistência e lealdade àlguma causa.
Os disfarces de poder
A sensação de muitas pessoas boas pode ser fruto de uma sede de poder. Querem ser as mais caridosas a ponto de recusarem elogios e se assumirem incapazes de tanto. O poder de ser moralmente superior. É comum os bondosos permanecerem ressentidos daquilo que tem que abrir mão em favor do bem.
As mentiras que contamos diariamente são tentativas de sustentar nossa sede de poder. Mentimos para simular um bem-estar e boas relações com o intuito de ficar por cima.
Traduzo autoestima como o desejo de se sentir importante aos olhos dos outros. Quem sente a baixa autoestima é porque não conseguiu se sentir importante para alguém.
As amizades podem ser palcos para disputa de poder. Alguém da turma é sempre elegido como a vítima e os demais seguem o macho alfa.
Os meios
O sexo costuma ser uma barganha utilizada pela mulher para controlar os homens. [poder feminino] Alguns homens usam o dinheiro para dominar suas mulheres. Os calmos se sentem superiores aos estourados. Os espertos se sentem mais importantes do que são.
A questão é que o relacionamento amoro será um palco de competição. É um comércio de amor. Um tentando dominar as vontades do outro. É nesse jogo que a maior parte dos relacionamentos estaciona.
Disputam atenção, risos, convites, olhares e admirações que trazem aquela sensação de bem-estar.
Brigas de casal
Veja como isso é desastroso numa relação amorosa, pois ao sustentar o poder pessoal o casal perde a medida do compartilhamento. Inconscientemente vêem o parceiro como um oponente, alguém que atrapalha sua felicidade. Mais brigas.
Já notou numa discussão que ambos querem ter a razão? Não é a razão ou respeito que buscam, mas a posição de superioridade.
As brigas são resultados dessas disputas de poder. O casal com o tempo fica testando um ao outro em sua capacidade de amor. Quem demonstra mais está por cima e o outro vai ficando amorosamente humilhado. Para recuperar a sensação de poder aquele que está por “baixo” pode reconhecer com gratidão aquilo que recebeu ou pode atacar o outro a fim de que desça também. O ciclo é interminável.
Términos de relacionamento
Quem é deixado perde o poder, quem deixa ganha. Quem foi deixado dirá muitas coisas para superar sua queda. Tentará encontrar mil explicações para amenizar a sensação terrível de ouvir “não gosto mais de você!”. E novamente entará superar (tradução = ficar por cima) o término do relacionamento.
O que nos causa dor é ter a sensação do ego massacrado e sem perspectivas de algo mudar.
Por essa razão é tão difícil assumir que perdeu um relacionamento.
A recusa do poder
Para quebrar esse ciclo é essencial meditar sobre o quanto de autoimportância você quer dar numa relação. Você quer ser feliz com alguém ou provar que ninguém domina você? Quer ter o controle ou ser surpreendido pela vida? O amor, enquanto abertura para novas movimentações emocionais, fica bloqueado quando poder entra em ação, daí a dificuldade de pessoas dominadores permanecerem por muito tempo num relacionamento.

quarta-feira, 19 de setembro de 2012

3 Vilões dos relcionamentos : Apego 2 de 3

Falei sobre a carência e como ela corroi os relacionamento.

Apegado? Eu?
O apego nasce do desejo de que as coisas fiquem sobre nosso controle. É uma vontade de que tudo permaneça imóvel, como está, sem alterações ou movimentos imprevisíveis.
Origem
Há um processo natural de desmame que a criança vai lentamente se desapegando do corpo da mãe e criando a representação psíquica dela.
Depois a criança usa o paninho, o travesseiro e começa a se relacionar com o mundode forma ampla expandindo o símbolo da mãe.
No entanto, esse desmane pode não acontecer de forma tão saudável quanto gostaríamos, normalmente não é. No meio do caminho acontecem falhas mais graves, ações menos intensas, descuidos e acidentes.
A capacidade da criança de se desligar de algo com segurança fica abalada.Essa repercussão pode se arrastar por uma vida inteira.
O apego é inabilidade de deixar que o fluxo natural da vida aconteça.
Desafio
Faça um exercício: você seria capaz de partir agora mesmo e ir para um lugar absolutamente estranho?
Esse pequeno treino mental é o suficiente para você identificar no que é apegado.
A segurança que buscamos em nossas emoções direciona a qualidade da vida que levaremos. Quanto maior a sede por segurança, estabilidade e previsibilidade maior o nível de sofrimento.
Nos relacionamentos
Quando você se apega à pessoa que ama, na realidade está apegado ao conforto que a presença dela causa em você. Você está condicionado à sensação de constância e continuidade que a imagem da pessoa amada provoca. Quando ela muda algum comportamento habitual ou rompe a relação a grande ferida é naquele tecido sutil que compõe nosso psiquismo.
O desespero de um rompimento é por conta da quebra interna da segurança que investimos por muito tempo.
“Eu não vivo sem ele!”
Essa frase já revela um engano crucial. A pessoa já vivia sem ele, antes que o encontrasse, vai sobreviver depois. O que ela não vive é sem a sensação de aparente segurança e poder que o apego provoca.
Ela precisa ampliar o direcionamento de seus interesses para além da fixação que criou em torno de uma pessoa. É um processo que parece doloroso exatamente pelo vício emocional da pessoa apegada.
Na vida
O apego é a resistência à mudança e vida é movimento contínuo. O apego é uma postura psicológica que impede a vida de prosseguir. A pessoa apegada tenta interromper o fluxo natural dos acontecimentos tentando impedir que o tempo passe, as coisas se alterem e as pessoas mudem.
A pessoa apegada de tão possessiva nem percebe que ela própria está privada de liberdade.
O apego é a ansia por congelar a realidade, manter cada coisa como se fosse a mesma. Mas como paralisar pensamentos, sentimentos e pessoas para que não mude? Como deter a passagem do tempo incessantemente?
Mudança
O não-apego é um treino mental continuado. Algumas pessoas confundem desapego com não-envolvimento. Para se desapegar é necessário o envolvimento. No entanto, para evitar a sensação de colapso de seu sentimento de estabilidade a pessoa evita qualquer tipo de envolvimento. A frieza emocional não poupa ninguém, apenas adia o problema. A pessoa fria está apegada na imagem de desapego, é só uma outra forma de fixação mental.
Exercício
Faça um exercício mental diário. Se desfaça de pequenas ideias que você acha que definem você. Quetione suas caraterísticas mais singulares? Reflita sobre como seria ter uma outra realidade que não essa. Faça um treino para a morte, o desapego final! Pense na sua vida cabendo em apenas uma mala de viagem, o que colocaria ali?
Essa série de 3 posts tem o objetivo de falar de 3 vilões de relacionamentos amorosos. Ontem falei de carência, mais tarde falarei sobre o poder

3 vilões dos relacionamentos Carência - 1 de 3

Nascemos desprotegidos, vulneráveis, passivos e carentes. Dependendo de como essa vida foi levada à diante essa é a fórmula perfeita para um desastre a longo prazo.
Insaciável
Somos seres necessitados! Necessitamos de água, comida, sol, pessoas, amor, lazer, trabalho, sexo, crescimento e sentido de vida. Buscamos atender nossas necessidades a todo momento.
A maneira que atendemos as necessidades determina o modo como viveremos pela vida toda. Podemos cultivar uma mente insaciável, voraz e exigente em relação às vontades.
A fome é uma necessidade básica, isso não quer dizer que você deva atendê-la sem critério, direcionamento e parada. Para atendê-la você pode escolher um cardápio saudável, preparar sua comida, convidar alguém para compartilhar do alimento e se saciar com uma quantidade razoável.
Mas além da fome queremos matar a carência.
A origem
A carência é uma ilusão emocional que criamos na tentativa de compensar uma “falta” que tivemos ao longo da vida. Atribuimos essa falta aos pais. Lamentamos que eles não deram tudo aquilo que gostaríamos.
Para o insatisfeito sempre houve menos amor, atenção, tempo e incentivo do que gostaria. Carência emocional é essa reivindicação não atendida dos pais.
Se parasse por aí seria bom, o problema é que continuamos a exigir atenção exclusiva, intensa e constante de tudo o que transita ao nosso redor.
Bebemos agua do mar e quanto mais bebemos maior a sede.
Exigimos algo de outra ordem que nada tem a ver com o momento presente.
Escravidão
O carente é escravo de receber. Só receber.
A pessoa carente entra numa relação amorosa esperando receber do outro tudo aquilo que fantasia merecer. Sente-se no direito de ser recompensada por cada gesto, afago ou elogio que dá. Na realidade é uma falsa doadora, espera receber na mesma moeda e com juros.
A pessoa carente se mostra frágil e dependente de atenção e provoca a sensação de que por mais que receba nada basta ou é suficiente.
No relacionamento amoroso
Essa base de relação é a maior causa de desastres emocionais, pois a carência é mãe do ciúmes, da inveja, das exigências sem sentido, das brigas por atenção exclusiva, do tédio e do sentimento de insuficiência de uma relação.
Depois de um tempo de relacionamento nada que o outro faça é o suficiente, o nível de exigência vai aumentando e criando uma demanda insustentável. O carente exige mais e mais, votos de compromisso, lealdade, integridade, exclusividade e tentar manter a pessoa amada numa redoma de vidro.
O carente faz isso nos relacionamentos e na vida, pois nem percebe que sempre está tentando cativar a atenção dos outros.
Pessoas exibidas são carentes, os barraqueiros igualmente, os pegajosos já são conhecidos, mas as pessoas frias também (quanto maior a carência maior a proteção numa casca de autossuficiência).
Maneira que vê o mundo
A pessoa carente sempre tem um pensamento de escassez. Tudo pode acabar a qualquer momento, está sempre mesquinhando emoções. Grita em seus pensamentos que algo desastroso vai acontecer. Por isso pode se transformar em possessiva daqueles que agarram você de fato e aqueles que usam de artimanhas emocionais para manter você numa teia psicológica.
O que seria uma pessoa não carente?
Seria alguém que não responsabiliza alguém ou uma situação para abastecer suas necessidades. Ao inves de pedir ou receber algo ela possibilita experiências em conjunto. Sabe que a vida não acontece quando você recebe mas quando você possibilita um espaço em que algo produtivo aconteça. A pessoa não-carente proporciona um espaço como alguém que abre uma roda de dança para que cada um se manifeste livre, sem exigências, pressão ou formato definido.
A base da não-carência é a generosidade desprendida. Se quer deixar de ser carente ofereça algo de si para alguém livre dos resultados.
Essa série de 3 posts tem o objetivo de falar de 3 vilões de relacionamentos amorosos. Mais tarde falarei sobre o apego e depois sobre o poder.

Homens Frágeis e Mulheres Fortes

Será que os opostos se atraem? Essa pergunta é muito comum, mas o problema é que a pergunta está errada. A pergunta correta é: as energias se atraem?
Depende da polaridade sexual criada no casal.
Mas, afinal, que raios é polarização sexual?
Até debaixo de chuva!
O termo, não é meu e sim de David Deida, ele começou a perceber uma atração natural do que chamamos de energia masculina e feminina.
Essas energias funcionam como pólos atratores, o masculino busca o feminino e o feminino se deixa tomar pelo masculino.
O masculino penetra e o feminino é penetrado
o masculino protege o feminino é protegido,
o masculino abre espaço e o feminino repousa,
o masculino caça o feminino é nutrido,
o masculino age o feminino sente,
o masculino aprofunda o feminino contagia,
o masculino argumenta o feminino comunica,
o masculino resolve o feminino torna ambíguo.
Essas são diferenças bem nítidas entre as duas energias criam o que chamo de polarização, ou seja, atração entre energia masculina e feminina.
Na vida cotidiana isso é mais nítido do que podemos imaginar.
Pense por exemplo numa guerra (ação da força masculina), quantas histórias de amor (expressão essencialmente feminina) acontecem entre o inimigos que invadem um território com as mulheres nativas.
Quando existe um momento de tensão numa discussão em que se quer chegar numa solução (direção masculina) e alguém fala algo bem humorado (leveza emocional feminina) que quebra o clima.
Ou claramente quando entra uma mulher bonita numa sala e os olhares masculinos são imediatamente seqüestrados pela exuberância dela.
No sexo a polarização é evidente quando uma mulher pede com ardor pela penetração de seu companheiro.
O masculino se atrai pelo feminino e isso é denunciado pelos inúmeros esforços que o masculino faz para possuir o feminino.
Notem que não falo de homem e mulher, mas de masculino e feminino.
O problema surge quando essas energias são invertidas, quando uma mulher assume a energia masculina em demasia ou o homem assume a energia feminina.
Uma mulher devido as exigências profissionais pode passar o dia inteiro resolvendo problemas e empreendendo projetos complexos que exigem muito de sua racionalidade. Quando termina o seu dia de trabalho ela vai para casa ou se encontra com seu parceiro ainda tomada por aquela energia masculina. O seu parceiro a encontra e acha que ela está pálida e sem brilho, ele esperava dela um pouco mais de cor e viço. Ela começa a falar sobre negócios e de como bateu suas metas, e quase instintivamente o homem se desinteressa dela e se distrai ou entra num embate de idéias que fatalmente não chega em lugar nenhum.
Nesse cenário, ela se irrita e ele se fecha, ela se magoa e ele começa a desejar aquela vizinha que considerou “gostosa” e que foi extremamente simpática com ele durante o dia. Está nítido que ele se desinteressou dela e ambos não sabem explicar o porquê.
Houve uma despolarização sexual, a energia feminina dela caiu pelo excesso de exercício masculino e a energia masculina dele foi buscar outra fonte feminina.
Outro cenário.
Ele está cheio de problemas profissionais e se sente ameaçado de perder o emprego, fez algumas dívidas para sanar contas de casa. Ela se aproxima dele para perguntar como será o fim-de-semana. Ele fica irritado e explode num mar de choro e emotividade descontrolados. Ela se espanta e se fecha, pois esperava dele uma ação mais forte. Ela fica insegura e irritada, ele não entende e se aborrece por não receber o apoio necessário. Ela sai da sala e vai ligar para sua mãe ou seu pai. Ele se exalta e brigam por horas.
Ela buscou a energia masculina dele para se sentir protegida e direcionada. Ele se desorientou de si mesmo, baixou sua energia masculina e ficou com energia mais feminina, ela foi procurar outra fonte de direção masculina.
O que deveria ser feito nos dois casos?
No primeiro caso o homem poderia gentilmente interromper sua companheira, olhar nos olhos dela com força e simplesmente dizer: “eu admiro muito você pelo trabalho que faz, mas agora quero minha namorada um pouco comigo. Podemos voltar a esse assunto mais tarde?” ou uma brincadeira “eu ia adorar ser seu chefe e dizer para você me dar um beijo agora!”.
Um selinho a traria de volta para sua sensualidade feminina, mesmo que por alguns instantes ela resistisse e achasse que ele a interrompeu. Da parte dela seria indispensável que todo dia ao sair do trabalho procurasse fazer um ritual de feminilização como se maquiar, massagear suas mãos, ler alguma mensagem positiva que a fizesse reconectar com o universo das emoções.
No segundo caso a mulher poderia se aproximar do seu companheiro abatido, segurar em suas mãos, fazê-lo sentir o seu corpo colado e dizer “você é meu homem e confio em cada uma de suas decisões, e o que quer que venha a decidir estarei ao seu lado!”. Ou poderia simplesmente massagear suas costas, sorrir graciosamente, dar muitos beijinhos em seu rosto até que ele saia daquele clima pesado.
Não tomar aquela situação como definitiva é essencial. Da parte dele seria essencial não esperar que sua parceira lhe desse alguma solução prática, pois exigir isso seria trazê-la para o universo masculino.
Ou seja, a polarização é uma dança entre forças, posturas, atitudes e energias.
E num relacionamento é essencial ter clareza sobre essa dança, caso contrário os dançarinos pisarão nos pés do companheiro, a música continuará mas ficarão descompassados.
A felicidade amorosa é resultado desse gingado entre masculino e feminino.
O extremo patológico você pode conferir no clássico Instinto Selvagem!

Mulheres '' Idependentes''

Tem sido cada vez mais comum ouvir mulheres dizendo que são independentes emocionalmente. Adoram dizer que não precisam de homem para ser feliz e que vivem numa boa sem estar num relacionamento.
Até parece... rsrs
Quando estão num relacionamento tratam o parceiro com certo desprendimento e até um pouco de desdém. Parece que não se entregam por uma escolha consciente do tipo “me basto”.
Mas o que reparei é que ocorre uma falsa sensação de independencia, pois a fonte da dependência amorosa dessa mulher é outra.
Essa mulher “independente” do homem costuma ter uma ligação um pouco estranha com os pais. Um excesso de preocupação pelo bem-estar deles que vai além do razoável.
Liga todos os dias, se possível vai até a casa deles, conta todas as confidências, resolve os qualquer problema prático que os pais tenham e se dedica como uma boa filha. Boa filha? Ou boa esposa?
Bingo!!
Com quem será que essa mulher “independente” é casada de fato? Com o marido ou com os pais?
Toda a energia que ela dedica a um relacionamento não está sendo dirigida ao seu parceiro, mas sim aos pais.
E como ninguém vai condenar uma mulher que cuida da felicidade dos pais ela vai passando despercebida por todos.
Mas aos olhos do companheiro não. Ele se queixa de carência, falta de atenção, sexo e de um fim-de-semana livre para o casal. Fim-de-semana é sagrado na casa dos pais para essa mulher “independente”. Viagens sempre acompanhada de um dos dois.
É natural que isso desgaste a relação com o parceiro que sempre aparece como o mala carente. Seu parceiro costuma ser visto como fraco perante os pais dela, afinal sempre ouvem que ele não assume o relacionamento e é pacato. Ela alega que os homens são passivos e dependentes do relacionamento e que não admira homens assim. Ela faz o mesmo com os pais e não percebe. No fundo tem um profundo medo de assumir a vida adulta e o fato que formou uma nova família que precisa nutrir e não ser nutrida. O relacionamento amoroso se tornou a nova família, seja com filhos ou não. Agora ela tem a escolha consciente de dividir seu tempo com um homem com o qual construa algo, mas prefere se manter na condição de filha predileta.
Seu sentimento de apego aos pais é que lhe permite ser “independente” com o parceiro. Sua independência não é legítima, a menos que pudesse abdicar das regalias desse tipo de conexão exagerada com os pais e caminhar com as próprias pernas. Evitar contato  e conversas constantes, restringir o convívio e as confissões pessoais e poder exercitar o senso de autonomia real, sem escapar da tensão de sua relação.
Afinal ser independente numa relação em que a mãe é o colinho confortável é muito fácil.
É uma decisão difícil, que muitas não tomam. O seu relacionamento vai a ruína, ela acusa o marido pelo fracasso e aí se interna definitivamente debaixo da asa dos pais. Sua vida “acaba” definitivamente quando um deles morre, pois então é decretado o fim da vivacidade dessa mulher que passará o resto da vida choramingando saudade.
Alguém vai chacoalhar ela, filha tão zelosa? Infelizmente não.

Mimados Tecnológicos

Vi uma senhora dar tapas no seu celular brigando com a operadora telefônica. Ok, elas são lamentáveis, mas me pergunto por que uma pessoa (como muitas) que tinha que esperar muito tempo até falar com alguém até pouco tempo atrás – numa época que nem celular havia – acha que essa urgência é última coisa que existe na sua vida?
Larga o controle de tudo e respira um pouco
Tenho visto muitos filmes que retratam momentos históricos da Antiguidade e da Idade Média e a precariedade dos recursos me fizeram relembrar o óbvio, a vida nem sempre foi tão rápida e prática como é atualmente.
Estamos um pouco iludidos com a rapidez da informação que os recursos tecnológicos nos proporcionaram. Antes tínhamos que cultivar (mesmo a contragosto) certa paciência funcional, ou seja, para mandar e receber uma carta havia um tempo de digestão psicológica que nos fazia aceitar certos limites e contrariedades que hoje se anularam com os e-mails, torpedos e whattsapp’s. A carta poderia se extraviar e perder antes de chegar ao destinatário.
“Eu mandei um recado, ele leu, não me respondeu, vou terminar o namoro, não aguento mais isso”. Sim, eu ouvi essa frase já. Eu fiquei caladapor alguns minutos até que um silêncio se fizesse marcado na sessão de terapia. A moça em questão, notou o seu grau de descontrole simplesmente porque o namorado não havia respondido imediatamente seu recado. Ela notou que era afeita a imediatismos.
Alguns podem argumentar que esse é um mal da geração tecnológica, mas pelo que sei os antigos dos antigos também batiam nos seus cavalos e burros para apressar o andar da carruagem. Daí vem a expressão popular, já com as carruagens a pressa era grande. Portanto, não é a tecnologia que causa a falta de paciência que temos de modo geral, ela só evidencia o rei que carregamos na barriga.
O que desejamos assim como os reis da antiguidade é controle absoluto de cada coisa que nos toca. Somos mimados funcionais que não podem aguardar sem luz um minuto sequer.
Me lembro que um dos momentos mais legais da minha infância era quando a luz do bairro caia, com uma frequencia de 1 vez po mês e eusentia medo e me divertia , Confesso que quando a luz voltava eu ficava num misto de alívio e tristeza, pois eu queria que não precisássemos ficar sem luz para poder olhar para as pessoas que eu amava.
Quando a tecnologia foi criada era para facilitar nossa vida e reduzir o nível de etapas de uma vontade até um objetivo. Claudia Nishimoto disse num comentário da fanpage: “sou da área de informática e o que eu percebo é que as pessoas não sabem lidar com a tecnologia e muitas vezes não sabem para que ela serve nem exatamente como funciona. Porque vejo muita gente comprando produtos tecnológicos sofisticados demais para o que precisam e também não entendem que a tecnologia serve para facilitar as coisas, torná-la mais prática. Portanto, ganhar tempo e fazer menos esforço são consequências do objetivo que se tem de tornar as coisas mais práticas e não o fim em si. Se as pessoas entenderem isso, vão parar de brigar com os aparelhos tecnológicos, adquirir e pagar menos por tecnologias que não utilizam e parar de culpar a tecnologia pela falta de tolerância que é a causa/motivo desses surtos de raiva”
Meu palpite é que os avanços que a ciência alcança nunca serão suficientes para atender nossa voracidade. Se um dia inventarem comunicadores de cérebro à cérebro como “telepatia” veremos pessoas dando cascudos na cabeça dos outros para ver se o aparelho “indispensável” funciona…
Não estou dizendo como os radicais que deveríamos atacar os celulares pela janela para nos ver livre desse vício, seria uma ingenuidade, mas aprender a olhar para cada ação com mais tranquilidade e não exigir tanta pressa, já que nós também não conseguimos absorver tantas respostas simultaneamente.
Apreciar a simplicidade, esse é um verbo desconhecido para os injuriados desse tipo.

Tema da noite . hahaha ele disse que só quer ser meu amigo ... - Friendzone para as mulheres

Como escrevi um texto falando daquela situação chata que não deixa um homem ser visto como O CARA  me pediram para escrever porque um homem não consegue ver uma garota como A MULHER.

Ele verá você assim...
Começa da definição de mulher, pois a maioria delas se vê supermaduras, bem-resolvidas, cheias de amor para dar, com a coragem de cair de cabeça na relação e com uma resposta “sábia” na ponta da língua para tudo. Na maior parte das vezes isso não é comprovado por fatos. O fato da garota se achar uma mulher não quer dizer que ela seja.
Do mesmo jeito que as mulheres exigem que homens tenham atitude, pegada, coragem, iniciativa, safadeza, bom humor, beleza e inteligência os homens também tem seus critérios.
Vou jogar a real, esses critérios são diferentes que os das mulheres, não adianta vir reclamar que o critério de homem é tosco e irreal. É o que é, respirem fundo e aceitem caso queiram sair da friendzone.

- Legal: nada mais insuportável do que uma menina implicante, reclamona, pegajosa, ciumenta num pacote só. Provavalmente a menina-amiga vai dizer que ela só é criteriosa, carinhosa, preocupada com o que é “dela” e blábláblá. Vou ser duro, meninas, mas isso é coisa de gente chata. Ninguém é obrigado (com exceção da sua mãe) a aguentar uma pessoa que é a TPM em forma de gente. Se você não parar de reclamar como ele vai aguentar ficar do lado de alguém que não curte roteiros variados, rotinas incomuns e barzinho na calçada?
- Sexo bom: sexo frescurento, com sinal da cruz e ave-maria não rola. Na cama precisa motivação, pois a realidade é que tem trezentas periguetes que transam como britadeira por aí, se você não tiver entusiasmo será barrada no critério seletivo de um monte de cara e vai virar só a buceta-amiga dele, nada mais. Sexo meia-boca vira no máximo um “lanchinho” como dizem, só na hora do aperto.
- Família amistosa: homem já tem dificuldade de socialização de forma geral quando se trata de expressar sentimento. Mesmo os que desenvolveram essa habilidade vão concordar que muito do convívio com uma namorada ou esposa dependerá da interação com a família dela. Família maluca não rola. Sei que você não escolheu a família, que não pode matar os pais e os irmãos. Mas complica tudo se o cara perceber que além de dar conta das suas complicações naturais de mulher terá que encarar uma família sem noção de convívio. Ele pode farejar complicação logo de cara, principalmente se além da sua mãe ligar 28 vezes numa balada você atender 35 vezes. Não alimente esse tipo de interação doentia com o pessoal de casa.
- Bonita: sim, não adianta mais dar desculpa, hoje existe milhões de recursos pagos ou gratuitos para dar uma melhorada no visual. Não adianta ficar afundada na síndrome do patinho feio, dizendo que ninguém te ama, pois isso só vai piorar a impressão causada num homem. Ele pensa sempre na hora de apresentar para os amigos e o receio é: “onde você achou aquela tranqueira?”. Bobo isso? Pode até ser, mas não é tão bobo, a beleza que também se reflete no cuidado pessoal inspira admiração e tesão numa pessoa, principalmente num homem.
- Vívida: imagine andar ao lado de uma pessoa sem nenhuma expressão pessoal, que está sempre acuada e com receio da opinião dos outros? Monotonia pessoal não é algo que alguém admira e numa mulher isso fica ainda mais alarmante. O brilho pessoal denota que a mulher tem vida própria, sabe se virar sozinha e mesmo assim não dispensa ajuda, apoio e uma companhia agradável (interdependente).
- Generosidade: quando uma mulher resolve ser egocêntrica chego a pensar que é tão difícil de conviver quanto um homem com rei na barriga. Mimada, geniosa, implicante, manhosa e chiliquenta são só alguns atributos que vem associados ao egoísmo. Parece um saco emocional sem fundo, nada é o suficiente. O problema é que muitas mulheres egocêntricas se imaginam super generosas quando na verdade não o são. Mas quando tem um coração sinceramente generoso é irresistível, inspira confiança, leveza e a capacidade de olhar além de si mesma.
- Amigas maduras: nada pior que uma mulher que se agrupa com um bando de amigas fofoqueiras, implicantes, cheias de regrinhas infantis e prontas para alfinetar todo mundo. “Diga-me com quem andas e te direi quem és”, o ditado é antigo mas reflete alguma verdade, afinal como você será vista se se deixa influenciar por pessoas que parecem estar em pé de guerra? Como o cara vai se sentir confortável quando virar as costas? Talvez ele nem se aproxime, já que sempre pensará que as amigas vão falar mal ou tirar sarro. Amigas estranhas podem ser espanta-homem, melhor se cercar de amigas maduras e que ponham você para cima.
- Vida plena: nada mais afrodisíaco do que uma mulher feliz. Uma mulher feliz encanta, espalha brilho, força, confiança, amorosidade e energiza o ambiente. Um homem vai preferir esse tipo de mulher e não uma reclamona que se alimenta de uma vida medíocre. Se nem você se aguenta, porque um homem deveria aguentar? Na dúvida ele vai fazer você ser a melhor amiga, jamais uma companheira por muito tempo!
Em essência, a mulher que está em contato com sua feminilidade e é madura o suficiente para não usar fórmulas prontas e sabe lidar com flexibilidade pelas situações da vida de casal sempre será uma boa candidata. Autoaperfeiçoamento é a palavra-chave, sem isso nem ele e nem ninguém vai querer passar muito tempo por perto.
Se você deseja que ele tenha atitude você precisa saber fluir com a ação dele e a maior parte das mulheres se mostra tão endurecida e refratária que nem notam que se tornaram uma companhia eventual e “amiga”, mas nada além disso.

Tema da noite :D hahha ele disse que só quer ser meu amigo .... - Frendzone para mulheres

Como escrevi um texto falando daquela situação chata que não deixar o homem ser visto como um cara a um tempão atrás me pediram para escrever porque um homem não consegue ver uma garota como A MULHER

Ele verá você assim...
Começa da definição de mulher, pois a maioria delas se vê supermaduras, bem-resolvidas, cheias de amor para dar, com a coragem de cair de cabeça na relação e com uma resposta “sábia” na ponta da língua para tudo. Na maior parte das vezes isso não é comprovado por fatos. O fato da garota se achar uma mulher não quer dizer que ela seja.
Do mesmo jeito que as mulheres exigem que homens tenham atitude, pegada, coragem, iniciativa, safadeza, bom humor, beleza e inteligência os homens também tem seus critérios.
Vou jogar a real, esses critérios são diferentes que os das mulheres, não adianta vir reclamar que o critério de homem é tosco e irreal. É o que é, respirem fundo e aceitem caso queiram sair da friendzone.

- Legal: nada mais insuportável do que uma menina implicante, reclamona, pegajosa, ciumenta num pacote só. Provavalmente a menina-amiga vai dizer que ela só é criteriosa, carinhosa, preocupada com o que é “dela” e blábláblá. Vou ser duro, meninas, mas isso é coisa de gente chata. Ninguém é obrigado (com exceção da sua mãe) a aguentar uma pessoa que é a TPM em forma de gente. Se você não parar de reclamar como ele vai aguentar ficar do lado de alguém que não curte roteiros variados, rotinas incomuns e barzinho na calçada?
- Sexo bom: sexo frescurento, com sinal da cruz e ave-maria não rola. Na cama precisa motivação, pois a realidade é que tem trezentas periguetes que transam como britadeira por aí, se você não tiver entusiasmo será barrada no critério seletivo de um monte de cara e vai virar só a buceta-amiga dele, nada mais. Sexo meia-boca vira no máximo um “lanchinho” como dizem, só na hora do aperto.
- Família amistosa: homem já tem dificuldade de socialização de forma geral quando se trata de expressar sentimento. Mesmo os que desenvolveram essa habilidade vão concordar que muito do convívio com uma namorada ou esposa dependerá da interação com a família dela. Família maluca não rola. Sei que você não escolheu a família, que não pode matar os pais e os irmãos. Mas complica tudo se o cara perceber que além de dar conta das suas complicações naturais de mulher terá que encarar uma família sem noção de convívio. Ele pode farejar complicação logo de cara, principalmente se além da sua mãe ligar 28 vezes numa balada você atender 35 vezes. Não alimente esse tipo de interação doentia com o pessoal de casa.
- Bonita: sim, não adianta mais dar desculpa, hoje existe milhões de recursos pagos ou gratuitos para dar uma melhorada no visual. Não adianta ficar afundada na síndrome do patinho feio, dizendo que ninguém te ama, pois isso só vai piorar a impressão causada num homem. Ele pensa sempre na hora de apresentar para os amigos e o receio é: “onde você achou aquela tranqueira?”. Bobo isso? Pode até ser, mas não é tão bobo, a beleza que também se reflete no cuidado pessoal inspira admiração e tesão numa pessoa, principalmente num homem.
- Vívida: imagine andar ao lado de uma pessoa sem nenhuma expressão pessoal, que está sempre acuada e com receio da opinião dos outros? Monotonia pessoal não é algo que alguém admira e numa mulher isso fica ainda mais alarmante. O brilho pessoal denota que a mulher tem vida própria, sabe se virar sozinha e mesmo assim não dispensa ajuda, apoio e uma companhia agradável (interdependente).
- Generosidade: quando uma mulher resolve ser egocêntrica chego a pensar que é tão difícil de conviver quanto um homem com rei na barriga. Mimada, geniosa, implicante, manhosa e chiliquenta são só alguns atributos que vem associados ao egoísmo. Parece um saco emocional sem fundo, nada é o suficiente. O problema é que muitas mulheres egocêntricas se imaginam super generosas quando na verdade não o são. Mas quando tem um coração sinceramente generoso é irresistível, inspira confiança, leveza e a capacidade de olhar além de si mesma.
- Amigas maduras: nada pior que uma mulher que se agrupa com um bando de amigas fofoqueiras, implicantes, cheias de regrinhas infantis e prontas para alfinetar todo mundo. “Diga-me com quem andas e te direi quem és”, o ditado é antigo mas reflete alguma verdade, afinal como você será vista se se deixa influenciar por pessoas que parecem estar em pé de guerra? Como o cara vai se sentir confortável quando virar as costas? Talvez ele nem se aproxime, já que sempre pensará que as amigas vão falar mal ou tirar sarro. Amigas estranhas podem ser espanta-homem, melhor se cercar de amigas maduras e que ponham você para cima.
- Vida plena: nada mais afrodisíaco do que uma mulher feliz. Uma mulher feliz encanta, espalha brilho, força, confiança, amorosidade e energiza o ambiente. Um homem vai preferir esse tipo de mulher e não uma reclamona que se alimenta de uma vida medíocre. Se nem você se aguenta, porque um homem deveria aguentar? Na dúvida ele vai fazer você ser a melhor amiga, jamais uma companheira por muito tempo!
Em essência, a mulher que está em contato com sua feminilidade e é madura o suficiente para não usar fórmulas prontas e sabe lidar com flexibilidade pelas situações da vida de casal sempre será uma boa candidata. Autoaperfeiçoamento é a palavra-chave, sem isso nem ele e nem ninguém vai querer passar muito tempo por perto.
Se você deseja que ele tenha atitude você precisa saber fluir com a ação dele e a maior parte das mulheres se mostra tão endurecida e refratária que nem notam que se tornaram uma companhia eventual e “amiga”, mas nada além disso.

Você nunca mas vai amar do mesmo jeito.

Gostaria de dar uma má notícia: o amor morreu. Sim, ele morreu.
Respira fundo

Espero que daqui para a frente você nunca mais ame como sempre amou. E o pior, isso lhe fará bem.
Falei em outro artigo sobre o apego e os desastres causados por ele.
Quando dizemos que amamos uma pessoa a que estamos nos referindo de fato?
Normalmente é o que chamo de um interesse personalista-apegado-erótico-carente.
Raro quem ama de forma lúcida.
Andei meditando sobre o assunto e cheguei a um pensamento simples.
O amor não é um sentimento, mas um espaço psicológico para que os sentimentos aconteçam. Nele cabem todas as emoções.
O amor me parece muito mais um campo aberto para que outras emoções surjam. Você ama uma pessoa apesar da raiva, do medo, da culpa, da inveja e da admiração que sente por ela.
O amor me parece muito mais um anfitrião que vai permitindo que os convidados transitem por todo o espaço da casa. Ele promove a festa e na maior parte das vezes usufrui muito pouco do clima festivo. Ele se alegra em ver a movimentação das pessoas. Ele dilui tensões, afaga os mais carentes, dá liberdade para os mais expansivos e obstrui o canal para os mais destrutivos.
O amor é o anfitrião da alma.
Como todo bom anfitrião ele sabe que todos estão só de passagem. Vieram de suas vidas livres e voltarão a elas, sem apego. Ainda que prefira alguns mais do que outros mesmo assim deixa que todos os sentimentos ou pessoas passem por ele e se beneficiem. A cachoeira não cobra impostos para refrescar as pessoas que se banham nela. Sua força é tão grande e poderosa que o simples fluir de si mesma basta.
A alegria desse amor é ver todos brincando de ser feliz sem se opor ou ditar uma regra para que a felicidade aconteça.
Na hora do medo o amor é aquele pano de fundo que dá o contexto para a pessoa. Ele não se opõe ao medo, mas o abraça e apoia, pois sabe que é algo passageiro e fruto de uma defesa do ego.
Esse amor se dá muito bem com o ego assim como um adulto se relaciona com uma criança sapeca. Sabe que raiva é uma reação ilusória de força e como um toureiro habilidoso deixa que tudo passe por ele sem se deter a nada.
O ciúme para esse amor é mais um jogo de controle inócuo. A pessoa que ama (tendo em vista essa dimensão) incita liberdade, bem-estar e movimentos em busca da felicidade alheia.
É um grande exercício mental de ampliar um repertório vivencial.
Esse amor sabe que a vida é uma grande jornada onde o sentimento de MEU é uma prisão para si e para os outros.
Se você quiser saber como entrar em sintonia com essa dimensão presente em você faça um exercício simples com a pessoa amada.
Quando algo te incomodar tente tirar a sua personalidade da história e imagine o que possibilitaria o livre caminhar feliz dela. Tal como se fosse um amigo querido. Se sua resposta original for diferente dessa é sinal que ainda está apegado ao falso-amor.
Mas se sua resposta for: “sim, ela será mais feliz sem que esteja atendendo ao meu desejo ou esteja do meu lado”, liberte essa pessoa de você.
Como um bom anfitrião de sentimentos esse amor saberá que a qualquer momento uma nova festa pode ser formada. A vida sem limites e com amplos caminhos disponíveis é seu destino.
Agora se pergunte se você ama uma pessoa ou você ama uma pessoa para você!
Talvez uma boa prática seja dizer internamente ao invés de eu TE amo, dizer O QUE BRILHA EM VOCÊ EU AMO.
Antes de dizer que isso está muito longe, tente, apenas tente.

Amor e histórias inacabadas

Você já deve ter vivido alguma história que marcou sua vida tão fortemente que jamais foi a mesma pessoa?
Parece que algo prendeu você no tempo e tudo o que mais desejaria é voltar lá, mesmo sabendo de todo o desenrolar.

O padre?
Me lembro de uma mulher de seus 50 anos que se relacionou na adolescência com um jovem que ela ficou muito apaixonada. Ela teve que estudar fora da sua cidade e depois de alguns anos ao retornar descobriu cheia de decepção que ele havia se ordenado padre. Ela seguiu a vida em frente, casou, teve filhos, no entanto, algo dentro dela sempre chamou seu coração para aquela história. Não conseguia amar seu marido como amou o jovem quase-sacerdote. Ela saiu da cidade, não suportando vê-lo frequentemente na missa. Anos depois ela voltou para lá a fim de concluir algo que estava calando fundo há anos. Ao revê-lo, estranhou a sensação parecia a mesma mas era outra.
Me perguntei depois de ouvir essa história, o que mudou ali?
Freud ofereceu uma metáfora quando tentava explicar o caminho da libido no psiquismo. Ele dizia que a libido via se desenvolvendo pelas fases oral, anal, latência e fálica como índios exploradores. A tribo saia de um lugar seguro para outro ainda melhor, mas iam aos poucos, dividindo forçar. A cada grande caminhada se instalavam e formavam um grupo que se fixava num local enquanto o restante seguia rumo ao destino grandioso. Mas as vezes numa dessas caminhadas alguns inimigos entravam em luta. Qual o recurso para vencer uma batalha desvantajosa? Retornar ao agrupamento anterior mais numeroso.
O mesmo ocorre conosco. Diante de um novo embate psicológico a nossa mente recorre ao último momento de segurança e maior fixação dos sentimentos. Aquele lugar pode ou não ser seguro, mas o problema é que ele é inexistente.
Aquela mulher se tornou temerosa dos riscos do amor. Ficou impedida de vivenciar qualquer experiência nova, mais recompensadora ou não, do que aquela anterior. Ficou fixada no passado como a criança que resiste em sair do colo da mãe.
É a recusa pela vida e o movimento.
Assim como as tribos que se formam no meio do caminho, os amores passados tem a sua configuração própria. Cada um tem o seu sabor peculiar. Mas a mente humana que criar uma sensação de continuidade, não sabe lidar com quebras bruscas.
É como uma gestalt que não se fecha.
Algumas pessoas quando numa relação amorosa estável costumam idealizar aquela que já passou como a verdadeira história de sua vida. Mas esse artifício é meio simplista, pois é mais fácil culpar o marido pelos seus próprios medos e fracassos do que encarar que a vida teve que seguir em frente.
A tentativa de achar que o futuro será melhor é a mesma de idealizar o passado. O passado está congelado e pode receber as injeções de fantasias que quisermos.
A cada defeito que aquela mulher descobria do marido imediatamente ela recorria à imagem do jovem sacerdote. “Ele seria diferente, iria me tratar com mais respeito e atenção.”
Ela faz um movimento passivo na vida. Esconde de si o mal-estar pelo medo de dar uma virada em suas ações.
Recorrer ao ideal de amor aos pais ou à infância também configura essa situação.
O presente é o único tempo onde podemos de fato realizar algo. O que poderia ter sido e não foi, no fundo não poderia ter sido, exatamente por que não foi.
Mas se eu tivesse tentado? Se tivesse tentado tentaria, se não tentou não tentou e por isso aquilo é inútil.
O pior demônio que se deve exorcizar ao lidar com uma história mal acabada ou inacabada é perceber que se acabou foi acabada.
Vida em frente!

Amor e Histórias incabadas


Você já deve ter vivido alguma história que marcou sua vida tão fortemente que jamais foi a mesma pessoa?
Parece que algo prendeu você no tempo e tudo o que mais desejaria é voltar lá, mesmo sabendo de todo o desenrolar.
O padre?
Me lembro de uma mulher de seus 50 anos que se relacionou na adolescência com um jovem que ela ficou muito apaixonada. Ela teve que estudar fora da sua cidade e depois de alguns anos ao retornar descobriu cheia de decepção que ele havia se ordenado padre. Ela seguiu a vida em frente, casou, teve filhos, no entanto, algo dentro dela sempre chamou seu coração para aquela história. Não conseguia amar seu marido como amou o jovem quase-sacerdote. Ela saiu da cidade, não suportando vê-lo frequentemente na missa. Anos depois ela voltou para lá a fim de concluir algo que estava calando fundo há anos. Ao revê-lo, estranhou a sensação parecia a mesma mas era outra.
Me perguntei depois de ouvir essa história, o que mudou ali?
Freud ofereceu uma metáfora quando tentava explicar o caminho da libido no psiquismo. Ele dizia que a libido via se desenvolvendo pelas fases oral, anal, latência e fálica como índios exploradores. A tribo saia de um lugar seguro para outro ainda melhor, mas iam aos poucos, dividindo forçar. A cada grande caminhada se instalavam e formavam um grupo que se fixava num local enquanto o restante seguia rumo ao destino grandioso. Mas as vezes numa dessas caminhadas alguns inimigos entravam em luta. Qual o recurso para vencer uma batalha desvantajosa? Retornar ao agrupamento anterior mais numeroso.
O mesmo ocorre conosco. Diante de um novo embate psicológico a nossa mente recorre ao último momento de segurança e maior fixação dos sentimentos. Aquele lugar pode ou não ser seguro, mas o problema é que ele é inexistente.
Aquela mulher se tornou temerosa dos riscos do amor. Ficou impedida de vivenciar qualquer experiência nova, mais recompensadora ou não, do que aquela anterior. Ficou fixada no passado como a criança que resiste em sair do colo da mãe.
É a recusa pela vida e o movimento.
Assim como as tribos que se formam no meio do caminho, os amores passados tem a sua configuração própria. Cada um tem o seu sabor peculiar. Mas a mente humana que criar uma sensação de continuidade, não sabe lidar com quebras bruscas.
É como uma gestalt que não se fecha.
Algumas pessoas quando numa relação amorosa estável costumam idealizar aquela que já passou como a verdadeira história de sua vida. Mas esse artifício é meio simplista, pois é mais fácil culpar o marido pelos seus próprios medos e fracassos do que encarar que a vida teve que seguir em frente.
A tentativa de achar que o futuro será melhor é a mesma de idealizar o passado. O passado está congelado e pode receber as injeções de fantasias que quisermos.
A cada defeito que aquela mulher descobria do marido imediatamente ela recorria à imagem do jovem sacerdote. “Ele seria diferente, iria me tratar com mais respeito e atenção.”
Ela faz um movimento passivo na vida. Esconde de si o mal-estar pelo medo de dar uma virada em suas ações.
Recorrer ao ideal de amor aos pais ou à infância também configura essa situação.
O presente é o único tempo onde podemos de fato realizar algo. O que poderia ter sido e não foi, no fundo não poderia ter sido, exatamente por que não foi.
Mas se eu tivesse tentado? Se tivesse tentado tentaria, se não tentou não tentou e por isso aquilo é inútil.
O pior demônio que se deve exorcizar ao lidar com uma história mal acabada ou inacabada é perceber que se acabou foi acabada.
Vida em frente!

O que torna você um adulto ?


O senso de praticidade é uma ferramenta fundamental para quem quer ser feliz e não espera as coisas cairem do céu. Organização de finanças, tarefas, projetos e objetivos de vida são parte essencial de sua jornada. Sabem para onde vão e criam meios para atingir seus sonhos.

5- Rotas de solução


As crianças costumam lidar com problemas que não exigem muito mais que algumas manobras.

Os adultos lidam com questões que demandam múltiplos passos. Portanto, se eles querem algo para si precisam trilhar um caminho que pode ser mais longo, mas que cheguem em solução definitivas.

Os adultos-crianças escolhem o caminho curto que na realidade nunca equalizam a questão real, ou seja, empurram a vida com a barriga. Usam mecnismo de defesa para fingir que tudo segue bem, quando na realidade sua vida é uma bola de neve ambulante.

6- Sustentar paradoxos difíceis


Ser criança é fazer escolhas leves, doces e encantadas. É preto no branco.

Na vida adulta precisamos lidar com paradoxos de difícil compreensão. O vazio existencial X o sentido da vida, o desejo X realidade, o ser X o ter, o coletivo X individual.

Para o sabichão de 5 anos emocional só pode uma coisa ou outra, tudo é excludente. Para o adulto é possível que realidades aparentemente contraditórias coexistam se ele perceber que não precisa optar por um ou outro. Dinheiro e felicidade podem viver lado a lado, vida centrada em si e no outro também.

7- Moral diferenciada


Na vida infantil a moralidade se faz entre regras que recaem em recompensas e punições, na adolescencia vai para escolhas certas e erradas e na vida adulta surge a clareza de valores e princípios que devem ser vistos com singularidade cuidadosa.

Para a criança emocional que habita grande parte dos adultos só existe um mundinho de regras criadas pelo pai e pelo seu grupo de convivência familiar e religiosa e ponto final. Tudo que saia daquele círculo de regras lineares e previsível é considerado pecado, imoral e erro. Não há questionamento, só regras prontas. Tudo o que elas leem é encontrado numa caixa ou em outra.

O adulto de verdade é um cientista e filósofo moral, precisa meditar e refletir com calma para fazer escolhas sensatas baseado em princípios que não são óbvios. Nada está pronto porque entende que apesar de existir uma tradição moral na prática ele precisa levar em conta cada particularidade da questão em jogo.

8- Egoísmo ou altruísmo


Crianças pensam em si e quando pensam nos outros é por si mesmas. Ela ainda não consegue pensar plenamente no outro pelo outro.

Os pseud-maduros estão o tempo todo pensando em seus próprios interesses excluindo radicalmente qualquer impacto que recaia sobre os outros. Quando pensam no outro fazem de forma utilitarista enquanto papéis que possuem. Não pensa no pai, na mãe, no marido, na esposa por si mesmos, mas pelo que vai recair sobre eles. Não pensa no bem-estar genuino dos outros, mas se aquilo vai afetar o seu conforto pessoal.

Se uma decisão sua for criar felicidade para o outro e não para si ele veta. O adulto de verdade é capaz de tomar decisões que incluam as pessoas a partir do ponto delas. Portanto, é capaz de liberar os outros de pesos pelo sua própria infelicidade. Se precisa deixar a pessoa amada partir para uma vida realmente plena uma pessoa madura deixa.

9- Direcionamento pessoal


Crianças vivem para satisfazer necessidades básicas de carinho, alimentação e interação social sem muito compromisso.

Adultos tem um direcionamento pessoal, um senso de propósito pessoal que o torna uma pessoa singular e não um indivíduo numa manada sem identidade própria.

O adulto tem uma responsabilidade pessoal pela sua vida e do planeta que vive, portanto, quer contribuir com algo mais do que pagar as próprias contas e se queixar do governo. Ele cria algo diferenciado para melhorar o mundo à sua volta. Não precisa salvar o planeta, mas uma realidade qualquer que esteja ao seu alcance. Ele poderia ficar calado como muitas pessoas que negligenciam os vizinhos, mas escolhe melhorar a qualidade de vida de todos que pudem.

O adulto de verdade tem um horizonte, que pode ser revisto de tempos e tempos, mas segue aquela filosofia pessoal como um lema e deseja deixar algum legado significativo. Não vive como uma bolinha pipocando sem rumo. Mesmo se permitindo momentos de incerteza ele tem uma sensação de plenitude interna

10- Nível de complexidade


O processo de amadurecimento é de constante complexificação. Soluções de hoje não funcionam amanhã pelo simples fato que novas realidades se mostram na medida que enxergamos mais longe.

As pessoas infantis são aquelas que continuam dando as mesmas respostas para questões novas e mais complexas. Ignoram o fato de que não é possível consertar um motor de carro só com prego e martelo.

Os adultos são aqueles que nunca se permitem paralisar no tempo e não acham que o passar do tempo garante maturidade espontânea, afinal existem muitos idosos imaturos. Fisicamente, emocionalmente, socialmente, intelectualmente estão sempre aperfeiçoando suas técnicas e estratégias.

Entendem que quanto mais pessoas envolvidas mais complexa é sua capacidade de decisão. Vida de solteiro é diferente de acompanhado e além disso com filhos e uma empresa. Aceitam o ônus que vem acompanhado de mais responsabilidade e até buscam isso, afinal gostam de desafios mais complexos e intrigantes.

11- Autonomia


A criança não tem autonomia para decidir e responder pelo que faz porque naturalmente não tem recursos físicos e psicossociais para gerenciar o impacto da realidade sobre si.

Os adultos-crianças também fingem que são incapacitados e querem sempre permanecer com algum nível de dependência dos outros mesmo tendo a possibilidade de agirem por si mesmos.

Procuram sempre os pais como sua muralha de segurança financeira, psicológica e social. Como consequência se sentem muito independentes quando na realidade são inconsequentes que assumem com dificuldade as reações de suas atitudes.

O adulto vive como se estivesse por conta, lógico que reconhece sua vulnerabilidade e necessidade de carinho, afeto e apoio, mas consegue sobreviver em situações que não é aplaudido, endeusado ou privilegiado. Seu ego é maduro o suficiente para cultivar uma interdependência saudável.

O problema, portanto, é que existem muitos adultos agindo como se fossem crianças exatamente porque quando criança queriam agir como adultos. Cada coisa a seu tempo, todas as idades tem sua beleza, nostalgia infantil não cabe mais. Para ter as alegrias da vida adulta é preciso usar dos mecanismos apropriados que só os adultos possuem.

Não espere que as pessoas tratem você como adulto se os meios que utiliza são de uma criança em formação.

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